quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Métodos de Extracção


Os egípcios foram os primeiros a destilar plantas com o intuito de extrair os seus óleos essenciais. Desde então, os métodos de extracção de óleos essenciais diversificaram-se e foram aperfeiçoados.

Os óleos essenciais provêem de diferentes partes das plantas: pétalas, raízes, caule, rebentos, sementes, seiva, folhas ou casca. Dependendo do tipo de planta em questão os óleos concentram-se num local distinto, pelo que o método de extracção ideal também varia em função da planta.

Os óleos essenciais caracterizam-se por serem extremamente voláteis, insolúveis na água e evaporarem muito rapidamente logo que expostos ao ar. Assim, pode tornar-se deveras complicado extrair os óleos essenciais antes de estes evaporarem. São vários os métodos de extracção existentes. Os industriais encontram-se bastante sofisticados, no entanto, existem diversos métodos de extracção caseiros que lhe permitirão obter as suas próprias essências.

Expressão a frio: trata-se de um método muito utilizado para a extracção de citrinos (como o limão, a laranja, a bergamota, a tangerina, a lima). Este método de extracção apresenta a vantagem de não submeter os óleos essenciais a temperaturas elevadas, porém estes entram em contacto com a água, pelo que se dissipam importantes componentes hidrossolúveis.Em casa pode simular este método, bastando para tal descascar os frutos e reservar a parte externa da casca, local onde se acumulam as essências. Posteriormente, corte as cascas em pedaços e coloque-as num pano de linho ou algodão. Depois, sobre uma tábua, triture-as tanto quanto possível. Por último, colha o líquido que escorre no pano para um pequeno frasco, que deve ser hermeticamente conservado e prontamente fechado para evitar a evaporação dos óleos essenciais.

Extracção com solventes: neste método são empregues solventes para extrair óleos essenciais, sendo particularmente utilizados em matérias orgânicas. A extracção com solventes compreende os seguintes métodos:

- Maceração: Para extrair as suas próprias essências em casa, utilizando este método, necessita de macerar num óleo as suas flores preferidas (jasmim, rosas, madressilva) até que este fique totalmente impregnado com o aroma das flores e de escolher um óleo veicular. Uma forma muito simples de o fazer consiste em colocar num recipiente de cobre 1 parte de pétalas de flores e 2 partes de um óleo (óleo de amêndoa ou girassol). Posteriormente, aquece-se esta infusão, lentamente, durante 3 horas. No final, filtram-se as flores, espremendo-as energicamente e reserva-se a solução resultante num local fresco, afastada do sol.

- Enfleurage: método tradicionalmente utilizado para extrair óleo essencial de flores delicadas como o jasmim e a rosa, que consiste em colocar camadas de pétalas sobre um vidro, cobertas com um óleo morno e muito gorduroso (antigamente utilizava-se banha de porco ou cera). Os vidros onde se encontram as rosas são, posteriormente, sobrepostos. No final de algumas semanas as flores começam a detiorar-se, sendo substituídas por flores frescas. A gordura que reveste as flores e absorve as suas essências é depois submetida a uma lavagem com álcool para que lhe sejam removidas as essências absorvidas. Porém, o álcool evapora-se, originando, deste modo, óleos essenciais muito concentrados, conhecidos como absolutos. Este é um método que exige muita diligência e elevados custos, mas que é bastante utilizado pelos produtores de perfumes.

- Extracção com dióxido de carbono: trata-se de um método recente, que emprega temperaturas mais baixas relativamente às da destilação, o que o torna num método menos agressivo para as plantas. Consiste em colocar as plantas num tanque de aço inoxidável, posteriormente injectado com dióxido de carbono, que aumenta a pressão do tanque. Quando submetido a altas pressões, o dióxido de carbono liquidifica-se, actuando como um solvente que permite extrair os óleos essenciais das plantas. Seguidamente, a pressão diminui e o dióxido de carbono volta ao estado gasoso, não deixando, assim, quaisquer vestígios.

Óleos Essenciais


Os Óleos Essenciais são substâncias líquidas extraídas das folhas, caules, raízes e madeira, que contêm aromas e outras propriedades terapêuticas.

Desde a Antiguidade que o Homem tem uma relação especial com as plantas aromáticas, tendo-as utilizado para a elaboração de remédios e perfumes. Conhecidas personalidades da História Universal, como Cleópatra, conheciam e tiravam proveito dos poderes curativos das plantas.

Depois de algum tempo na penumbra, a atenção dos cientistas voltou a centrar-se nas plantas, onde pensam poder encontrar a cura para muitas doenças até hoje consideradas incuráveis. Está, hoje, cientificamente provado que os Óleos Essenciais podem contribuir de uma forma muito positiva para o nosso bem-estar físico e emocional.

Existem formas muito simples de utilização dos óleos Essenciais:

Banho: os banhos aromáticos com óleos essenciais são altamente terapêuticos, particularmente no caso de lesões e dores musculares, fadiga e stress. São óptimos para aliviar as tensões da sua rotina, para libertar o espírito e relaxar. Escolha um óleo essencial da sua preferência e verta 3-6 gotas na água no banho. Se utilizar dois óleos essenciais verta 3 gotas de cada um, no máximo. Uma combinação muito simples e relaxante é composta por 3 gotas de alfazema e 3 gotas de sândalo. Os Óleos Essenciais não são solúveis na água, por isso antes de os verter na água do banho dissolva-os com um pouco de leite.

Inalação:este método é muito eficaz no que concerne ao alívio dos sintomas de constipação, gripe e sinusite. É também muito útil no alívio da tensão nervosa e de dores de cabeça. Num recipiente coloca água (muito quente, mas não a ferver) e 2 a 4 gotas de óleo essencial de eucalipto. Depois cubra a sua cabeça com uma toalha e inale o vapor aromático que exala da água durante 15 a 20 minutos.

Massagem: a massagem é muito eficaz no alívio do mau estar físico. Antes de utilizar qualquer óleo essencial numa massagem necessita de diluí-lo num óleo veicular (veja Óleos Veiculares). A maioria dos óleos essenciais não podem ser aplicados directamente sobre a pele, pois além de serem tóxicos, podem causar alergias, queimaduras e náuseas (veja Precauções). Ao massajar o corpo com óleos essenciais pode combinar eficazmente as suas propriedades terapêuticas com os efeitos benéficos da própria massagem. Para elaborar uma solução que lhe permita massajar todo o corpo dilua 10 gotas de óleo essencial em 20 ml (4 colheres de chá) de óleo veicular.

Compressas: as compressas aromáticas são muito eficazes no alívio de dores e na redução de inflamações. As de água fria são aconselhadas para dores de cabeça, febre, inflamações, queimaduras e entorses recentes. As de água morna ou quente acalmam as dores menstruais, dores de ouvidos, quistos, lesões antigas e dores musculares. Para utilizar este método aplique na zona afectada um pano ou gaze embebido numa mistura de óleo essencial, óleo veicular e água.



Perfumes


A palavra “perfume” vem dos étimos latinos “per fumum”, que significam “através do fumo”. Com efeito, as primeiras fragrâncias eram obtidas através do fumo, e utilizadas nos ritos de homenagem e oferendas aos deuses.


As origens do perfume misturam-se, assim, com a religião. O perfume foi inicialmente utilizado como purificante da alma e como objecto de oferendas feitas aos deuses. As civilizações egípcia, grega e romana valorizavam muito as plantas aromáticas.

No Egipto, as fragrâncias eram sagradas e acreditava-se que a sua utilização aproximava o ser humano dos deuses. Mais tarde, os gregos e romanos transformaram os perfumes em objectos de higiene pessoal.

Durante a Idade Média foram utilizados para combater a propagação de epidemias que então assolavam a Europa. Com o advento do Cristianismo o seu uso decresceu, pois era conotado com a falta de pudor. Ainda assim, o uso de perfume continuava a ser popular entre as classes mais favorecidas.

No século XVII, o uso de perfume aumentou. Na época, em França, celebrizou-se o uso de luvas perfumadas. Este país permaneceu, desde então, como centro europeu de pesquisas, fabrico e comércio de perfumes. No século I d.C. foi inventado o vidro, que permitia conservar o perfume em melhores condições. Até então, os perfumes eram guardados em garrafas de barro e estanho. Entre os finais do século XIX e os inícios do século XX começaram a ser fabricados requintados frascos para perfumes. Actualmente, o design dos frascos faz parte do marketing da indústria dos perfumes.

- Cítricos: obtidos a partir da casca de frutas como a bergamota, a tangerina, o limão e a laranja.
- Florais: agrupa perfumes cujo tema principal é a flor: bouquet floral, floral verde, floral aldeídico, floral amadeirado, entre outros.
- Filifolhas: perfumes com notas de lavanda, bergamota e gerânio.
- Chipre: família que agrupa perfumes baseados principalmente nos acordes do patchouli, da bergamota e da rosa.
- Amadeirados: inclui perfumes com notas suaves como o sândalo e o patchouli, algumas vezes secas como o cedro e o vetiver, outras com notas de lavanda e cítricas.
- Âmbar: deste grupo fazem parte os perfumes com notas suaves e abaunilhadas, conhecidos como orientais.
- Couro: perfumes muito peculiares, com notas secas, que tentam reproduzir o odor característico do couro, da madeira queimada e do tabaco.

A indústria de perfumes utiliza actualmente um vasto e diverso número de matérias-primas. A raridade das espécies utilizadas, a morosidade dos processos de elaboração das essências e a elevada quantidade de matéria-prima necessária tornam os óleos essenciais muito dispendiosos. O óleo mais utilizado pela perfumaria, e também o mais caro, é o óleo de rosas. São necessárias 2 toneladas de pétalas frescas, em plena florescência, para produzir apenas 1Kg de óleo essencial de rosas!